A semana passou rápido. Naquele domingo, eu não fui ao Guarujá com os amigos de Alina, inventei que eu estava passando mal. Não me sentia preparada para ter um vida normal.
Algumas coisas mudaram, tenho ficado muito com Alina, Cami e Rafa. Elas reclamaram por não poder postar fotos comigo em redes sociais, assim como todos os outros também, exceto o Neymar. Mas Alina sabe o motivo e pediu pra que eles realmente não postassem.
Sobre o que contei para Alina, não tenho nada a dizer, não comentamos mais sobre tal caso desde aquele dia.
Ontem à noite fomos eu e todos os outros (Junior, Jota, Gil, Gu, Rafa) para casa de Ali e de Cami, onde conheci Davi, filho de Junior, e Luna, filha de Cami. Lá combinaram de irem à casa de Junior e Rafa hoje — segunda-feira —, me incluindo nos planos.
Flash Back On
Davi: Papai? — perguntou quando todo o restante conversava animadamente, à parte de qualquer outra situação.
NeymarJr: Oi?
Davi: Eu e a Luna, quando formos lá em casa, amanhã, vamos poder ir pra piscina?
NeymarJr: Esse é o plano.
Luna: Vamos fazer churrasco também?
Alina: Claro – se intrometeu.
Davi: Você vai com a gente, Tia Ariela? — me surpreendi com a pergunta.
Ariela: Acho que não.
Luna: Por quê?
NeymarJr: Ela provavelmente tem que ir trabalhar.
Ariela: Na verdade, não. Só tenho algumas coisas para fazer em casa — Neymar me olhou.
Davi: Então você pode ir, né?
Ariela: Não quero atrapalhar, Davi.
Luna: Você não atrapalha. Você pode me olhar enquanto nado. Vai ser tão divertido.— Junior não disse nada. Talvez para não aumentar a pressão que estava sobre mim. Pensei um pouco sobre aquilo.
Ariela: Ok, eu vou — Junior me olhou surpreso e sorri fraco pra ele.
F.B Off
Antes de irmos, passei em casa. Eu não tinha um traje de banho, mas não usaria um se o tivesse. Por mais que fosse natural para uma moça caminhar em frente a estranhos com peças equivalentes a uma calcinha e sutiã, não me sentiria confortável vestindo algo assim na frente de Júnior em um dia com seu filho. Ou, francamente, mesmo que a criança não estivesse presente. Embora eu resistisse à ideia, tinha que admitir que Junior me intrigava. Eu sabia que ele estava interessado em mim. E eu tinha bastante experiência para reconhecer situações em que os homens me achavam atraente; o balconista da mercearia falando demais, um estranho que olhava em minha direção, ou um garçom em um restaurante que vinha mais vezes do que o necessário até a mesa onde eu estivesse sentada. Com o tempo, eu aprendi a fingir que não percebia o interesse daqueles homens; em outros momentos, eu mostrava um óbvio desdém, porque sabia o que aconteceria se não o fizesse. Quando chegássemos em casa. Quando estivéssemos sozinhos. Mas aquela vida já não era mais minha.
Abrindo as gavetas, tirei um conjunto de short e sandálias que havia comprado na Riachuelo.
Há alguns dias atrás eu havia bebido vinho com amigos, ontem eu havia participado de uma social com os mesmos, agora iria à casa de Junior. Eram coisas comuns de vida comum. O conceito me pareceu estranho, como se eu estivesse aprendendo os hábitos e costumes de uma terra estrangeira, o que fazia com que eu me sentisse estranhamente encantada e desconfiada ao mesmo tempo. Assim que terminei de me vestir, Alina me chamou para irmos.
Em menos de trinta minutos chegamos ao condomínio de Junior e Rafa, era grande e luxuoso. Respirei fundo ao descer do carro em que havia estado com Alina, Davi, Luna, Cami e Rafa.
Ao entrarmos na casa, fui apresentada à Nadine. A senhora foi super simpática.
***
Ariela: Você precisa de ajuda? – perguntei ao Jota, que estava acendendo a churrasqueira.
Jota: Não preciso – riu – Vocês deviam ser como ela – Disse às meninas que estavam ao meu lado.
Alina: Se enxerga, Joclécio – riram.
Camila: Você que tá precisando aprender bons modos
Rafaela: Eu que o diga!
Ariela: Vocês são bobos. – ri – Mas já que não precisa, vou até ali ficar com as crianças – sorri
Camila: Aproveita e passa protetor solar na Luna pra mim.
Ariela: Claro – peguei o vidro com o protetor e saí dali.
Passei o produto em Luna e Davi. Depois tirei as sandálias e fiquei à beira da piscina mais rasa, enquanto as crianças brincavam dentro da água.
NeymarJr: Nem parece que ontem mesmo estava chovendo. – me virei ao ouvir o som de sua voz.
Ariela: Eu havia me esquecido de como é bom estar com crianças...
NeymarJr: Faz muito tempo que não convive com alguma?
Ariela: É, faz. – pensei um pouco – Imagino que às vezes deve ser bem difícil ter que cuidar e educar filhos — ele hesitou, considerando a questão. Quando falou, sua voz tinha um tom gentil.
NeymarJr: Na maior parte do tempo não é tão ruim. Nossas vidas diárias acabam entrando num certo ritmo, entende? É quando fazemos coisas como estas, quando saímos do ritmo normal, que as coisas ficam um pouco frustrantes. – se sentou ao meu lado, mantendo certa distância – De qualquer forma, ele fica mais é com a mãe dele, ela que segura a barra.
Ariela: Você me parece um bom pai. – encarei ele pela primeira vez
NeymarJr: Você está dizendo isso só porque somos amigos.
Ariela: Você acha que somos amigos?
NeymarJr: Sim — disse ele, com os olhos fixos em mim. — Você não acha? – Pela expressão inevitável que surgiu em meu rosto, acho que ele percebeu que a ideia me pegara de surpresa. Mas, antes que eu pudesse responder, Luna e Davi vieram correndo até onde estávamos, fazendo a água respingar com seus passos e trazendo um punhado de pedrinhas nas mãos.
Luna: Tia Ariela — gritou ela. — Achei umas pedrinhas muito bonitas! – me curvei.
Ariela: Pode me mostrar? – ela estendeu as mãos, soltando as pedras na minha mão antes de se virar em direção a Junior.
Luna: Titio, podemos começar a fazer o churrasco? Estou morrendo de fome!
Davi: Eu não
NeymarJr: O tio Jota já está preparando
Luna: Tá bom, vou voltar a procurar pedrinhas com o Davi.
NeymarJr: Procurar? — riu — Essas pedras são das plantas da minha mãe — ela montou uma expressão de inocência no rosto — E já está na hora de irmos esperar na mesa. A Ariela também vai. – vi os ombros de Davi se contrair de desânimo e me apressei a dizer.
Ariela: Eu fico aqui com eles se você quiser.
NeymarJr: Tem certeza?
Ariela: Tenho. Vou ficar vendo as pedrinhas de Luna. — ele riu.
NeymarJr: Tá bom. – olhou para as crianças – A Ari vai ficar olhando vocês. É pra se comportarem – eles assentiram.
***
Pouco tempo depois levei os dois para a mesa, que ficava na parte externa mesmo. Luna tremia de frio enrolada na toalha, enquanto Davi estava bastante animado.
Na mesa estavam todos, incluindo Nadine. Que não permaneceu ali por muito tempo.
Os outros comiam, bebiam e conversavam animadamente, ao som de alguém que eu desconhecia. Eu e as crianças entrosamos e fizemos o mesmo. Mas, ao contrário de mim, ao terminarem de comer eles pularam da cadeira pedindo para voltar para a água.
Camila: Cuidado, Luna
Ariela: Posso ficar com eles, se quiser – disse à ela.
Camila: Não precisa, eles sabem se cuidar – sorriu simpática.
Rafa: Acho que vou sair pra comprar um açaí, vamos meninas? – se levantou.
Gil: Vamos meninas – imitou ela – Mal educada – rimos.
Rafa: Tô nem aí pra vocês
Alina: Eu vou contigo
Camila: Eu também.
Gustavo: Vamos todo mundo
Ariela: Acho que vou ficar aqui – falei com receio. Não queria correr o risco de sair em algum site de fofocas.
Gustavo: Tudo bem, eu fico aqui contigo – ele passou o braço pelo meu pescoço. Senti o olhar de Júnior sobre nós.
NeymarJr: Deixa a menina em paz, Gustavo. – riram, exceto eu e Junior – ninguém disse que vai aqui
Gilmar: Mas olha...
Alina: Fica na sua, Gilmar – o interrompeu rindo.
Rafaela: Ai gente, vamos logo. – foram se levantando, permanecendo sentados eu, o Gustavo e o Júnior.
Alina: Vamos logo, Gustavo – puxou ele, e levantei em seguida, Junior fez o mesmo – vocês ficam. – nos olhou e corei. Eles saíram e eu e Júnior permanecemos ali, de pé.
Tive a impressão de que Alina fizera aquilo de propósito.
NeymarJr: Não sei você, mas eu estou afim de beber uma cerveja. – falou pegando dentro do freezer.
Ariela: Eu prefiro um refrigerante.
NeymarJr: Um diet? – zoou e riu, com a mão novamente no freezer.
Ariela: Ótimo.
Quando ele entregou a lata à mim, sua mão roçou de leve na minha, embora eu não tivesse certeza de que ele havia percebido. Junior apontou para as cadeiras.
NeymarJr: Quer sentar ali? – apontou para as espreguiçadeiras e assenti.
Fomos até lá e hesitei um pouco antes de me sentar ao lado dele.
Junior deixou uma boa distância entre as cadeiras. Ele girou a tampa de sua cerveja e tomou um gole.
NeymarJr: Não há nada melhor do que uma cerveja gelada em um dia quente na piscina – sorri um pouco desconcertada por estar sozinha com ele.
Ariela: Vou acreditar na sua palavra.
NeymarJr: Você não gosta de cerveja? – minha mente viajou no tempo, lembrando-me de meu pai e das latas vazias de cerveja que geralmente entulhavam o chão, empilhadas descuidadamente ao lado da poltrona onde ele costumava se sentar.
Ariela: Não muito — admiti.
NeymarJr: Só vinho, então? – demorei um momento para me lembrar da noite em que tinha bebido com ele e companhia.
Ariela: É – eu tentei encontrar um assunto mais seguro – Você disse que nasceu em Môgi das Cruzes?– ele esticou as pernas, relaxando e colocou um tornozelo sobre o outro.
NeymarJr: Na verdade é Mogi das Cruzes – senti meu rosto corar e ouvi sua risadinha – Nasci e fui criado lá. Morei sempre na mesma casa, até começar a ganhar dinheiro com o futebol e tal. – assenti e ficamos em silêncio.
Percebi seu olhar em minhas pernas, isso me incomodou um pouco. Até que ele desviou o olhar e suspirou.
Ariela: O que foi?
NeymarJr: Nada.
Ariela: Você estava pensando em alguma coisa. – ele suspirou novamente.
NeymarJr: Estou feliz por você ter vindo com a gente hoje pra cá — disse ele, finalmente – Estou realmente me sentindo bem com isso.
***
Enquanto bebíamos, mantivemos uma conversa tranquila e descontraída. Junior me explicou os por menores envolvidos no futebol. Contou também como havia começado sua carreira no profissional e descreveu alguns dos seus outros amigos com afeição, outros que podiam ser definidos como excêntricos e eu silenciosamente imaginei se teria sido incluída naquela descrição caso ele tivesse trazido outra pessoa à casa dele. Não que aquilo tivesse qualquer importância. Quanto mais ele falava, mais eu percebia que ele era o tipo de homem que tentava encontrar o que cada pessoa tinha de melhor — o tipo de homem que não gostava de reclamar da vida. Tentei imaginar como ele seria quando era mais jovem, e gradualmente fiz com que a conversa enveredasse por aquela direção. Ele falou sobre sua infância e adolescência, sobre os fins de semana preguiçosos em que ele costumava "jogar bola" na rua com seus amigos. Ele contou que, quando descobriu o futebol, o esporte rapidamente se tornou uma obsessão. Junior tinha o desejo de disputar uma olimpíada. E conquistar um mundial. Entretanto, uma lesão grave durante a disputa acabou com seu sonho. Mas ele conseguiu uma medalha de ouro em uma das olimpíadas. Falou também sobre as festas que frequentou durante sua vida e dos amigos que fez.
Enquanto ele falava, percebi que ele não parecia aumentar ou diminuir os fatos sobre seu passado, além de não parecer estar preocupado com o que os outros pensavam dele.
Eu podia ver os resquícios do atleta que Junior era, percebendo seus movimentos fluidos e graciosos e a maneira tranquila com que ele sorria, como se estivesse bem acostumado com vitórias e derrotas. Quando terminou de falar, eu senti receio de que ele fosse me perguntar sobre meu passado, mas ele pareceu pressentir que aquilo me deixaria desconfortável. Em vez disso, preferiu começar a contar uma outra história.
Quando terminamos de beber, ele chamou as crianças e elas vieram correndo. Os dois estavam enrugados. Conforme eu observava Junior, via que ele era um pai muito melhor do que ele mesmo imaginava. Ótimo de todas as maneiras que eram importantes.
A conversa mudou de rumo na presença das crianças.
Ouvi enquanto eles conversavam sobre as pedras e um dos programas no Disney Channel que os dois gostavam de assistir. Junior era diferente dos homens que eu havia conhecido no passado, diferente de qualquer pessoa que eu conhecera em toda a minha vida.
Conforme a conversa prosseguiu, quaisquer vestígios do nervosismo que eu sentia começaram a desaparecer. Eles disseram que queriam comer algo e o seguimos até a mesa.
Quando terminaram de comer, Davi e Luna ajudaram a limpar a mesa e a guardar as porções que não haviam sido comidas.
As crianças queriam brincar com suas pranchas de bodyboarding e, depois que Junior voltou a aplicar o protetor solar nelas, também tirou sua camisa e os seguiu até a piscina.
Levei minha cadeira até a borda da água e passei a hora seguinte observando Junior ajudando Davi e Luna a deslizarem pela água, posicionando um e depois o outro para que pudessem aproveitar de certa maneira. Fiquei maravilhada com o jeito que ele tinha de fazer com que cada um se sentisse o centro das atenções. Havia um carinho no modo como ele os tratava, uma dose de paciência que eu não esperava realmente que fosse possível em um pai.
Os meninos e meninas chegaram ali e foram pra piscina também. Fazendo algazarra.
Conforme a tarde chegou e as nuvens começaram a se formar, percebi que estava sorrindo, pensando que, pela primeira vez em muitos anos, sentia-me totalmente relaxada. E aquilo não era tudo. Eu sabia que estava me divertindo tanto quanto todos ali.
Luna declarou que estava sentindo frio e Cami a levou ao banheiro para vestir roupas secas. Junior se juntou aos meninos e eu fiquei com Davi, admirando o brilho do sol na água.
Olhei para Davi e pela primeira vez, percebi o quanto Davi era diferente do pai.
Ariela: Você gosta de ir à escola?
Davi: Ah, a escola é legal. Gosto mais da hora do recreio. Meus amigos e eu apostamos corrida e fazemos outras coisas.
“É claro”, pensei. Desde que eles chegaram ali ele não parou de se mexer nem por um minuto.
Ariela: E você gosta da sua professora?
Davi: Ela é muito legal e se parece com meu pai. Ela não grita com os alunos.
Ariela: Seu pai não grita?
Davi: Não — disse, cheio de convicção.
Ariela: E o que ele faz quando fica bravo?
Davi: Meu pai não fica bravo. – estudei Davi, perguntando-me se ele estava sendo sincero, antes de perceber que o garoto era incapaz de mentir.– Você tem muitos amigos? — perguntou.
Ariela: Não muitos, por quê?
Davi: Meu pai diz que você é amiga dele. Foi por isso que ele te trouxe aqui.
Ariela: Quando ele lhe disse isso?
Davi: Quando estava no meio da água.
Ariela: E o que mais ele disse?
Davi: Ele perguntou se eu não tinha ficado incomodado por você tá aqui.
Ariela: E você ficou?
Davi: Não — disse ele, dando de ombros. — Todo mundo precisa de amigos, e aqui é muito divertido. – Não havia como contestar aquilo.
Ariela: Você está certo.
Junior chegou ali com Luna.
NeymarJr: Parece que vocês dois estão se divertindo. – Davi pulou da cadeira indo de encontro a Luna. Saindo dalí com a garotinha logo em seguida.
Ariela: Ele é bem comunicativo, mais do que eu achei que seria. – Junior observava Davi. Tive a sensação de que os olhos dele não perdiam nenhum detalhe.– Então é isso que você faz nos fins de semana? Você sai para se divertir com seu filho.
NeymarJr: Nem sempre... – Entendi logo o que ele quis dizer – Eu gosto dele. E gosto de observa-lo enquanto cresce, e quero ser parte desse processo. – conforme ele respondia, percebi que eu estava rememorando meu próprio passado. Eu não disse nada. Em vez disso, virei o rosto abruptamente, e minha expressão, inevitavelmente, foi se fechando como um portão de aço. – Eu disse alguma coisa errada? — balancei a cabeça sem responder. Ele olhou fixamente para mim — O que está acontecendo, Ari?
Ariela: Nada — insisti. No entanto, assim que aquelas palavras surgiram, pela sua expressão, soube que ele sabia que eu não estava dizendo a verdade. Em outro lugar e em outro tempo, ele provavelmente teria aproveitado para fazer mais perguntas. Mas, em vez disso, deixou o assunto morrer ali.
NeymarJr: Não precisamos falar sobre isso — disse com um tom tranquilo. Eu fiz que sim com a cabeça, mas tinha vestígios de ansiedade em mim, que lutei para conter. Eu precisava de espaço. Ele apontou por cima do ombro com seu polegar – Olha, preciso falar com minha mãe. Não demoro.
Ariela: Claro — disse fingindo estar despreocupada.
Quando ele se afastou, respirei aliviada, sentindo que havia conseguido escapar. Mesmo assim, demorei quase um minuto inteiro tentando controlar minha respiração até que voltasse a me sentir no controle da situação novamente. Luna e Davi estavam nos mesmos lugares, embora Luna tivesse se abaixado para examinar outra pedrinha, ignorando a brincadeira com Davi.
Ouvi Junior se aproximando.
NeymarJr: Eu disse que não demoraria. – se sentou ali – Olha, quando quiser ir embora é só dizer.
Ariela: Tudo bem. – cruzei os braços. Ele franziu as sobrancelhas.
NeymarJr: Não sei o que foi que eu disse que lhe incomodou tanto, mas peço desculpas – disse após alguns momentos — Apenas saiba que estou aqui se você quiser conversar a respeito. – assenti sem responder e, embora parecesse que ele estivesse esperando que eu dissesse algo, nada sobreveio – É assim que as coisas vão ser entre nós?
Ariela: O que você quer dizer?
NeymarJr: Parece que, de repente, estou pisando em ovos enquanto conversamos, mas não sei realmente o motivo.
Ariela: Eu contaria a você, mas não posso — Eu falava num tom tão baixo que era quase encoberto pelo som das pessoas presentes ali.
NeymarJr: Pode pelo menos me informar o que foi que eu disse? Ou o que foi que eu fiz? – me virei em direção a ele.
Ariela: Você não disse nem fez nada de errado. Mas, neste momento, não posso dizer nada além disso, está bem? – ele me observou demoradamente.
NeymarJr: Tudo bem, então. Desde que você ainda esteja se divertindo. — precisei me esforçar um pouco, mas finalmente consegui abrir um sorriso.
Ariela: Este foi o melhor dia que já tive em muito, muito tempo. Na verdade, o melhor fim de semana.
***
Ariela: Como se chama a mãe de Davi?
NeymarJr: Carol. Ela é uma ótima mãe. – sorriu – Afinal, olha como o menino é ótimo filho.
Ariela: Acho que o pai dele tem algo a ver com isso também.
NeymarJr: Eu me esforço. Mas, em boa parte do tempo, me sinto como se não soubesse direito o que estou fazendo. É como se eu estivesse fingindo, ou fazendo tudo sem qualquer critério.
Ariela: Acho que todos os pais se sentem assim. – ele se virou para me encarar.
NeymarJr: Os seus também se sentiam? – hesitei.
Ariela: Acho que meus pais fizeram o melhor que podiam — não era realmente um elogio, mas era a verdade.
NeymarJr: Você ainda tem contato com eles?
Ariela: Eles morreram em um acidente de carro quando eu tinha dezenove anos. – ele me olhou com atenção.
NeymarJr: Desculpa! Eu lamento por isso.
Ariela: Foi difícil.
NeymarJ: Você tem irmãos ou irmãs?
Ariela: Não, quer dizer, não sei. Já ouvi dizer que minha mãe dera um filho para adoção. Mas não acho que seja verdade. — virei-me para a piscina – De qualquer forma, sou sozinha.
***
Fomos todos para sala de jogos, nos dividimos em duplas — sendo a minha, Alina — e, ficamos jogando. As crianças acharam hilário e eu não conseguia evitar uma risadinha a cada derrota de Cami e Rafa. Ao mesmo tempo, senti uma onda inesperada e repentina de esperança. Apesar de tudo, aquelas pessoas pareciam felizes. Era isso que famílias e amigos que se amavam faziam quando estavam juntos. Para eles, não era nada além de um dia comum no final de semana, mas, para mim, havia algo parecido com uma revelação: perceber que, após tantos anos, momentos felizes como aqueles podiam existir. E que talvez, algum dia, eu teria a possibilidade de viver dias parecidos como aqueles no futuro.
Continuaaa
ResponderExcluirContinuarei! ^^
ExcluirComecei a ler seu blog hoje e tô adorando. Continua logo��❤
ResponderExcluirQue bom que está gostando. ^^
ExcluirContinuarei. :)
Cada capítulo um lacre
ResponderExcluirE que seja sempre assim. Haha
ExcluirObrigada por acompanhar! ^^
Estou amando a fanfic
ResponderExcluirJá quero o próximo capítulo
Continua logo bjs
Que ótimo! :)
ExcluirTerá o próximo capítulo, haha. Beijos ^^
Não consigo nem comentar. Nenhum comentário ficaria a altura, do Blogger.
ResponderExcluirVish! Não fala isso, eu acredito fácil nas coisas, hahaha.
ExcluirDifícil tet um sentimento só lendo a fic, pq ta incrível, to amando a Ari com esse jeitinho doce, e loka pro Ney saber o que rolou com ela! Assim, talvez, ela se sentiria mais segura com ele... Enfim, continua amor
ResponderExcluirMaravilhosooooooo
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